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Criado em: 13/05/2013 14:16 Modificado em: 08/05/2019 14:35

Rîbat da Arrifana

Classificado como Monumento Nacional, o Ribat da Arrifana é hoje um dos mais importantes casos de arqueologia ibérica e europeia. Até hoje o único conhecido em Portugal e o segundo na Península Ibérica, o Ribat da Arrifana é um convento-fortaleza, consagrado à oração e vigilância da costa, constituído por várias estruturas, entre as quais se incluem uma necrópole, uma sucessão de mesquitas com oratórios (quibla e mihrab), onde os monges-guerreiros faziam as suas orações, assim como, dependências destinadas tanto aos monges como aos peregrinos e vestígios de um minarete.

Este importante monumento localizado na Ponta da Atalaia, a cerca de 1 km para Norte da actual Praia da Arrifana, teria sido mandado edificar, cerca de 1130, pelo mestre sufi e madi, Ibn Qasi, uma das principais figuras do mundo político e religioso do al-Andalus, contemporâneo de D. Afonso Henriques, com quem estabeleceu pacto contra o governador de Silves, Ibn Wazir, e os Almoadas, permitindo ao rei de Portugal a conquista de territórios entre Mondego e Tejo.

 O ribat da Arrifana terá servido como local de inspiração de Ibn Qasi, tendo como principal função o estudo e a reflexão religiosa. Entre 1130 e 1140, terá escrito a sua obra principal “Livro do Descalçar das Sandálias”, inspirado no antigo testamento e no corão, tendo como base o abandono material e a entrega a deus, assim como a referência às duas sandálias, numa associação à dualidade do mundo, exterior e interior.

O espólio exumado no Ribat da Arrifana traduz aspectos das vivências dos seus ocupantes, monges-guerreiros, logo, devido às suas especificidades em menor número. Identificaram-se restos de cerâmica, que se classificaram como louça de mesa, de cozinha, de armazenamento e como contentores de fogo. Ainda, artefactos de bronze, como ponteiras de fusos ou de chumbo, associadas a tecelagem do linho ou da lã, presumivelmente das vestimentas usadas pelos seus ocupantes; restos de algumas armas de ferro, como punhal, espada, lança, pontas de flecha, fragmento de osso longo de mamífero, supõe-se corresponder a restos de instrumento musical, restos de alimentos recuperados, sobretudo bivalves, mamíferos e aves.

Em 1151, com a morte do seu fundador, assassinado em Silves pelos seguidores de Ibn Almúndir, que logo passou a governador da cidade, o Ribat da Arrifana foi abandonado.

 

Rîbat da Arrifana  | Ponta da Atalaia – Vale da Telha | 8670 ALJEZUR

Coordenadas Geográficas: 37°19'14.5"N 8°52'36.3"W

Contactos: Tel. 282 990 010 (Câmara Municipal de Aljezur) | Tel. 282 991 011 (Associação de Defesa do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur) 

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