Edificada num promontório em substrato xistoso, a Fortaleza da Arrifana foi construída em 1635 sob o mandato do Governador do Reino do Algarve e Capitão-Mor, D. Gonçalo Coutinho, para a defesa da orla costeira ocidental algarvia, da baía da Arrifana e de uma almadrava (armação de pesca do atum) existente no local desde 1516.
Era constituída por duas partes ligadas por um pequeno desfiladeiro. Transposta a porta de entrada, em arco de volta perfeita, ficavam a casa da guarda, os alojamentos e o paiol. Passado o desfiladeiro entrava-se na bateria, onde existiam duas bocas-de-fogo apontadas ao mar. Sobre a porta de entrada estava colocada uma lápide onde constava a data de construção da fortaleza, bem como um Escudo Nacional e o Brasão dos Coutinhos.
Em 1654, D. Nuno de Mendonça, Conde de Val de Reis, Governador e Capitão-General do Reino do Algarve dirige carta ao Rei D. João IV, constando que a fortaleza estava desguarnecida, tendo em 1670 promovido a sua reedificação.
Não se conhece notícia da Fortaleza da Arrifana até 1754, somente através de documento guardado na Torre do Tombo, revelando que a fortificação possui duas peças de artilharia, de calibres 12 e 18, em bom estado de conservação e prontas a disparar. Conhece-se ainda uma planta da fortaleza da autoria de Francisco Lobo Cardinal, onde se vê a bateria, o corredor (desfiladeiro) e os alojamentos. O terramoto de 1755 arruinou totalmente a fortaleza, ficando em pé apenas a bateria e a cortina amuralhada da porta de entrada. Em 1762, foi novamente reedificada, mas, no inverno de 1765, deu-se nova investida do mar, ficando o desfiladeiro de novo destruído. Em 1771 foram feitas obras de reparação necessárias para colocar o forte de novo em estado operacional. Em 1792, o Forte encontrava-se artilhado com duas bocas-de-fogo montadas e era guarnecido por 1 cabo e 6 soldados, mas o seu estado de conservação era mau, sem porta e as abóbadas do corpo da guarda e do paiol danificadas. Não se conhecem obras na Fortaleza da Arrifana após esta data (1792), caindo o mesmo em ruínas e ao abandono. Em 1796 ainda dispunha das duas bocas-de-fogo, mas a partir de 1815 os relatórios oficiais efectuados à Fortaleza da Arrifana, nomeadamente em 1821, 1840, 1849 e 1861, assinalam apenas a existência dos restos das muralhas da entrada, ao meio dos quais se situava a porta. As peças de artilharia ainda ali se encontravam em 1821, já desmontadas, e em 1840 já só lá estava uma. O forte foi abandonado durante várias décadas, até que em 1940 foi entregue ao Ministério das Finanças, deixando de ser considerado como Fortificação Militar. O Ministério da Marinha, nesse mesmo ano, recusou receber o que restava da Fortaleza de Arrifana, que foi posta à venda. No entanto, em 1944, a Comissão do Domínio Público Marítimo, definiu que o local onde existiu o forte da Arrifana, devia ser entregue aos seus cuidados, o que na realidade veio a acontecer naquele mesmo ano.
Passados mais de três séculos após a sua construção, o antigo forte filipino, voltou a ser reabilitado, desta vez por acção do Município de Aljezur, com apoio financeiro do Polis Litoral Sudoeste.
O local onde esta fortaleza está implantada constitui ainda um magnífico miradouro natural sobre a Praia da Arrifana e a Costa Vicentina.
Fortaleza da Arrifana | Arrifana | 8670 ALJEZUR
Coordenadas Geográficas: 37°17'46.8"N 8°52'27.4"W
Tel. 282 990 010 (Câmara Municipal de Aljezur)