A vila de Aljezur, fundada pelos árabes no século X, na sequência da edificação do castelo, divide-se pelas encostas de três cerros, apresentando uma urbanização de traçado mourisco-medieval, com a característica invulgar de todas as suas casas, em geral de pouca altura, se disporem em anfiteatro adaptando-se ao acidentado terreno e acompanhando as curvas de nível. Ainda hoje, uma grande maioria da edificação apresenta a influência árabe, de construção em taipa e caiada de branco.
Graças a condições de navegabilidade da Ribeira de Aljezur, esta vila teve vários cais de atracação para embarcações de calado médio a grande, além de três pontes que permitiam aceder ao interior.
A parte nova da vila, oriunda do séc. XVIII, situa-se na planície além ribeira, sendo um núcleo planeado, denominado de Igreja Nova.
Como indica o topónimo árabe (al-jazirah), Aljezur durante a presença islâmica (e ao longo dos primeiros séculos após a reconquista cristã) seria uma península, ou quase ilha, rodeada por um rio navegável e uma lagoa marítima, rica em peixe e marisco, com sapais e terras férteis, justificando a existência de um povoado de camponeses e pescadores, que possuíam um recinto fortificado no cume do cerro. O rio era mesmo considerado como um dos mais importantes portos do Algarve, semelhante ao de Silves e Lagos. Utilizado como meio de comunicação e transporte, importante ponto de entrada e saída de mercadorias, albergava cerca de 10 padrões para amarração de idêntico número de barcos até 130 toneladas.
Com o passar do tempo e devido ao terramoto de 1755, o rio transformou-se passando a ribeira assoreada, semelhante à que hoje se observa, tendo posto fim à importante actividade comercial, conduzindo ao declínio da vila de Aljezur.
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